No dia 27 de junho, uma formação conduzida pelo educador Pedro Barros reuniu participantes em uma discussão fundamental sobre racismo algorítmico e os impactos sociais da Inteligência Artificial (IA). O encontro teve como foco apresentar, de forma acessível, os fundamentos da IA e do aprendizado de máquina, mostrando como essas tecnologias, longe de serem neutras, podem reproduzir desigualdades estruturais.
Ao explicar o funcionamento dos algoritmos — que aprendem com base em grandes volumes de dados —, Pedro destacou que, quando esses dados carregam marcas do racismo, do sexismo ou da discriminação territorial, os sistemas tecnológicos tendem a replicar esses padrões de forma automatizada e invisível.
A formação incluiu a apresentação da linha do tempo elaborada pelo pesquisador Tarcísio Silva, que reúne casos reais de racismo algorítmico registrados desde 2010 em diferentes plataformas e produtos digitais. O material ajudou a ilustrar como o preconceito pode estar embutido em ferramentas aparentemente objetivas.
Além do conteúdo técnico, a atividade trouxe para o debate o conceito de racismo estrutural e sua presença também no ambiente digital. No encerramento, os participantes discutiram propostas para mitigar os impactos desses sistemas, como a criação de normas de regulação, o fortalecimento da diversidade nas equipes de tecnologia e a promoção de uma cultura digital crítica e inclusiva.

